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O Dia Em Que a Luz Se Foi
O breu nunca fora tão breu Não fosse a luz artificial no teto Nada via-se além do escuro deserto A lua se escondeu O sol já fora-se aos seus aposentos Somente ouvia-se o cantar da noite ao relento Papai divertia-se no leito do seu conforto Estava sereno, contanto nada disposto Curtia preguiça no seu harém Mamãe de cá pra lá sem parar Arruma aqui, limpa ali, lava acolá Animada, tranquila porém Minha irmã estava a banhar-se Nada lhe importava, nem mesmo lembrasse Se não fosse de valor, nada convém Eu, nem mesmo sei o que fazia Se fora sonho, desespero ou fantasia Sentia falta de alguém Cada um de nós com sua preocupação Esquecidos da vida, em nossos espaços O escuro pairou, a noite caiu no laço Nada queríamos não fosse o apagão Foi um descontentamento, uma decepção Pegos de surpresa, nenhuma precaução Saímos de nós, fomos de encontro Às luzes de velas, a diversão foram os contos Mamãe lacrimejava de tanto rir Papai viajava nas histórias contadas Minha irmã às gargalhadas ao se divertir Eu preenchido, a resposta era exata A falta de alguém, na verdade era de algo Algo que há tempos não se via O “eu” de cada foi-se ao vento Como é bom aproveitar os momentos da vida
Hermenegildo
Enviado por Hermenegildo em 21/04/2020
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